segunda-feira, 29 de junho de 2009

Pequenas epifanias

na fachada estragada pelo tempo lia-se numa placa: "il y a toujours quelque chose d'absent qui me toumente" (existe sempre alguma coisa ausente que me atormenta) - frase de uma carta escrita por camille claudel a rodin, em 1886. daquela casa, dizia a placa, camille saíra direto para o hospício, onde permaneceu até a morte. perdida de amor, de talento e de loucura. [...]

quando um dia você vier a Paris, procure. e se não vier, para seu próprio bem guarde este recado: alguma coisa sempre faz falta. guarde sem dor, embora doa, e em segredo.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Morte a crédito

aqui estamos de novo sozinhos. tudo isto é tão lento, tão pesado, tão triste.... logo estarei velho. e então, chegará o fim. veio tanta gente ao meu quarto. deixaram tanta coisa e não me disseram nada. foram embora. envelheceram, coitados, vagarosamente, cada um no seu canto.

ontem, às oito horas, morreu a zeladora, a senhora bérenge.

terça-feira, 2 de junho de 2009

la vie en close

essa a vida que eu quero,
querida

encostar na minha
a tua ferida