quando tinha vinte anos, me embriagava e depois explicava que era um sujeito no gênero de descartes. sentia perfeitamente que me inflava de heroísmo, mas não me continha: isso me agradava. depois, no dia seguinte, me sentia tão enojado como se tivesse acordado numa cama cheia de vômito. quando estou bêbado, não vomito - antes o fizesse. ontem não tinha sequer a desculpa da embriaguez. entusiasmei-me como um imbecil. preciso me limpar com pensamentos abstratos, transparentes como a água.